Desbravando Dragon Ball Sparking Zero! Uma Review
Dragon Ball Sparking Zero! está finalmente entre nós. Depois de muitos anos, a franquia finalmente retorna ao seu quarto jogo. Para quem não entendeu, Sparking era o nome original japonês dos jogos Budokai Tenkaichi que fizeram sucesso na geração PS2. O retorno vem com a mesma desenvolvedora dos jogos anteriores: Spike Chunsoft.
Escute também nossa review em podcast clicando aqui.
É preciso começar esse texto falando que os fãs dos jogos anteriores dificilmente terão motivos para desgostar deste aqui, a nível de jogabilidade, tudo está no lugar certo. Mas para um retorno tão grande quanto este, devemos ir por partes, para que possamos discutir cada aspecto dele.
A parte técnica: gráficos, trilha sonora e efeitos sonoros.
Tecnicamente falando, Sparking Zero! é provavelmente o jogo mais bonito em Cel-Shading que já jogamos quando analisamos puramente os gráficos. As cores são vivas, os poderes são bem representados com partículas de luz e poeira, os cenários e iluminação estão extremamente vivos, cheios de elementos como árvores, prédios, carros. A destruição de cenário (que já era um charme dos anteriores) retorna com primor.
A trilha segue muito boa, com várias faixas que evocam bem todos os momentos gigantescos de batalha, seja nas proporções dos poderes ou dos momentos mais altos da trama. Os efeitos sonoros lembram bastante os jogos antigos e, obviamente, o anime. Os barulhos de teleporte e dos poderes trazem um sentimento de grande nostalgia.
As batalhas por episódio (modo história)
O modo história segue a jornada de alguns personagens da saga Dragon Ball Z até o torneio do poder do DB Super (excluindo a saga GT). Cada personagem tem sua linha de história, sendo a do Goku a maior de todas. É divertido seguir a trama do anime, mas o modo história é bem simplificado, com poucos momentos de cutscenes totalmente animadas. Na maioria das vezes, são cenas levemente estáticas com dublagem e texto. Talvez isto não incomode todos, mas deve incomodar alguns. Particularmente, começa a ser um pouco cansativo depois de várias horas de jogo, especialmente porque alguns cenários extras têm cenas muito similares. Terminei o jogo fazendo todos os episódios Sparking em aproximadamente 20h.
Se o modo história peca pela simplicidade da entrega narrativa, ele brilha ao trazer os episódios Sparking, que são ramificações da linha original da história, mais ou menos como "What Ifs" do Budokai Tenkaichi 3. Aqui, ao derrotar um inimigo antes da hora ou escolher um diálogo diferente, irá abrir um caminho alternativo. Esse caminho pode ser um diálogo ou cena a mais e terminar por ali, ou se estender até virar um episódio Sparking. Exemplo na prática: na história do Piccolo, se o jogador derrotar Nappa e Vegeta, surge uma cena que mostra os Sayajins fugindo da terra, não existe desenvolvimento maior nisso. Depois, o jogador precisa rejogar a batalha para sobreviver e não derrotar os inimigos, seguindo o caminho original. Já um episódio Sparking seria, por exemplo, se Goku não morresse na batalha contra Raditz e, junto com os guerreiros Z, se preparasse para a chegada de Vegeta, criando outras batalhas e um caminho completamente novo.
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Aqui é possível ver uma ramificação que levaria ao um Episódio Sparking. O que aconteceria se Gohan vencesse o Freeza Dourado? |
No geral, os cenários Sparking me agradaram muito, eles não são complexos e nem super criativos, mas cumprem o papel de estender a aventura de um jeito divertido, com algumas mudanças que são bem aproveitadas. Eles também trazem um bom desafio também, já que não é possível liberar caminhos extras no modo fácil ( fica a dica: reunir esferas do dragão pode lhe ajudar nas batalhas mais difíceis). Aliás, o modo padrão do jogo recebeu críticas pela dificuldade, mas confesso que achei a dificuldade interessante e cria um senso de habilidade no jogador nas batalhas mais desafiadoras.
Modo criação
Uma adição legal ao Dragon Ball Sparking Zero! é o modo criação. Nele é possível criar batalhas com histórias e publicá-las online. Os recursos não são muito profundos, mas os mais empolgados serão capazes de criar boas batalhas para os jogadores que preferem apenas jogar ao invés de criar.
A ferramenta de criação não é difícil de usar, mas demanda tempo para um trabalho mais profundo. Tentei criar uma luta e o que me incomodou foram os momentos de escolher um nome de personagem para textos, já que não é possível pesquisar o nome, mas apenas procurar numa longa lista. O fato de os textos serem predefinidos causa também um problema de idioma: algumas sentenças não fazem muito sentido em português.quando proferidas dentro do gameplay das criações.
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Menu de seleção de batalhas do modo criação, que no jogo são chamadas de batalhas personalizadas. |
Jogabilidade e modo VS
A jogabilidade segue incrível. Me senti criança na frente do meu PS2 jogando Budokai Tenkaichi 3. O sistema de combate já era tão bom na época, que nos faz pensar por que eles abriram mão dele por tantos anos. Não eram raros os momentos em que, na frente da TV, eu comemorava sorrindo por encaixar um longo combo com um golpe especial. É super satisfatório lançar o inimigo pelos ares, ver a destruição do cenário ou até mesmo se transformar ou fazer uma fusão no meio da luta.
Infelizmente, o modo VS offline sofre de um problema: não é possível jogar em outras fases além da Sala do Tempo. A priori, o jogo não teria VS offline, mas com muitas reclamações, eles inseriram.
O modo online agora está presente e é muito bem-vindo, já que na era PS2 os jogos não possuíam essa função.
O jogo ainda possui um sistema de personalização, que permite ao jogador comprar cápsulas de melhorias em personagens específicos, para deixá-los mais fortes, bem como escolher a sua variante de roupa preferida.
Conclusão
Dragon Ball Sparking Zero! é tudo que os fãs desejaram por anos, e é difícil até reclamar de alguns defeitos quando a jogabilidade como esperávamos voltou em toda a glória da atual geração. Nenhum fã irá se decepcionar com essa experiência, e que desta vez a franquia venha para ficar. Queremos continuar rasgando os céus!
Nota: 9.0 de 10.0 vezes que eu apelei usando o modo Sparking.
Esta review foi feita com uma chave gentilmente cedida pela Bandai Namco através da Theogames.
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