Desbravando Persona 4 Golden: Uma review


Uma experiência nostálgica

Desde criança eu adorava mitologia, mais especificamente os monstros e criaturas que perpetuavam as mentes humanas em tempos passados. Antes de conhecer Persona e a franquia de onde derivou, a mais famosa no Japão “Shin Megami Tensei”, eu me satisfazia em buscar os pokémons mais fortes e maneiros na saga da Nintendo. Depois de um tempo, praticamente terminado todos os jogos da franquia principal de Pokémon, procurei algo parecido, e encontrei Persona 3 Portable. Apesar de não entender muito bem a parte de “social simulator” do jogo quando criança, invocar monstros, deuses e qualquer diabo que seja dando um tiro na cabeça me deixou vidrado no jogo. Talvez por ser um versão Portable, Persona 3 seja o que eu menos tenha apego, mas ele foi importante para me introduzir na saga e sua história sobre morte, vida e redenção talvez sejam mais impactantes que a de seus irmãos. Mas agora vamos falar sobre aquele que realmente me fisgou e me fez amar ainda mais essa franquia e sua versão atualizada: Persona 4 Golden.


Uma história mais aconchegante, mas não menos sombria.

Persona 4 tem uma vibe muito menos “dark” que seu antecessor, mas ainda sim, traz temas pesados e um enredo sobre assassinatos, portais em TVs que levam a outro mundo e uma névoa misteriosa que assola a cidade de Inaba. A primeira e mais notável mudança de Persona 3 para o 4, são seus personagens aliados, os amigos que estarão com você até o final da jornada. Eles são carismáticos e cheios de energia, nenhum parece fora de lugar e mesmo sendo introduzidos ao longo do gameplay, eles parecem se conhecer a muito tempo. É possível que Persona 4 às vezes se prolongue com muito de seus diálogos e cenas de amizade, mas no fim, eles acabam nos fazendo gostar mais dos personagens, e apesar de procurar por um assassino misterioso e resgatar pessoas em um mundo desconhecido e mortal seja aterrador, você nunca se sente sozinho.


Os temas, mitologia e reflexões.

A principal mensagem de Persona 4 é “aceite o seu eu interior”. Seu personagem e seus companheiros podem tentar resgatar as pessoas no “Mundo da TV” e derrotar suas sombras descontroladas, mas sem aceitar verdadeiramente quem é, o sequestrado nunca será capaz de ser resgatado. A música de batalha para os chefes de dungeon refletem muito bem isso: “I"ll Face Myself” provavelmente é umas minhas músicas favoritas, pois passa bem a sensação entre desespero e esperança de encarar quem você é de verdade. Falando em refletir, os chefes e dungeons sempre refletem espetacularmente o que se encontra no coração dos personagens jogados no outro mundo: de um moça que sente presa em uma gaiola à um rapaz que não entende sua sexualidade, os seus desafios vão refletir isso e usá-los contra sua equipe. Por fim, Persona 4 é em última instância sobre deuses procurando trazer a torna a vontade dos homens, a névoa que assola o “Mundo da TV” e nosso mundo, representa nossa vontade de ficarmos cego para refletir o que realmente somos. Tentaremos dispersar essa névoa ou aceitaremos uma vida vivida em mentiras?


Persona 4 Golden, mais conteúdo e mais diversão.

Existe uma série de novas atualizações para Persona 4 em sua versão Golden. Muito foi melhorado em sistema de combates, dungeon e social links. Até mesmo alguns meses foram adicionados no tempo de sua jornada a Inaba. Em questão de combate, algumas coisas se tornam mais dinâmicas e melhoras para facilitar a vida de quem doa seu tempo ao jogo. Os socials links, a parte de social simulator, tem dois novos personagens, que dão muito mais corpo à história, mais recompensas também para quem passa o tempo nos social links e os evoluí, trazendo mais ainda força para o combate e fusão de personas. Por último e não menos importante, uma dungeon nova. Infelizmente a decisão de gameplay para a dungeon me frustrou um pouco, mas toda o enredo que a envolve é maravilhoso e vale a pena aproveitar, já que ela não é obrigatória.


Considerações Finais

Persona se tornou uma franquia muito importante para mim, e a quarta(quinta, se considerar que o 2 tem duas partes) entrada na saga tem seu lugar especial no meu top 3 melhores jogos. Golden reforçou ainda mais essa posição, pois traz conteúdos que valem realmente a pena, trazendo mais cores para uma aventura inesquecível.

Nota: 10 de 10 vezes de que Nanako diz "Welcome home, Big Bro"

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