Desbravando Still Wakes the Deep: Uma Review
Still Wakes the Deep é um jogo de terror em primeira pessoa, que conta a história de Caz, trabalhador de uma plataforma de extração de petróleo. Ele somente começou a trabalhar lá pois precisava fugir de seus problemas da terra firma. O jogo começa no exato dia em que Caz está prestes a ser demitido, e o caos começa. Os residentes da plataforma passam a lutar pela vida depois que um fenômeno começa a se alastrar e ninguém está a salvo.
Terror além de criaturas
Um ponto bastante positivo deste jogo é sua ambientação. Corredores estreitos, alas de engenharia sem vida(tudo é metal), o som do chuva forte lá fora, o mar revolto visto de longe(e às vezes de perto) e todo o resto são de dar medo por si só. Ainda que o jogo fosse só sobre uma tragédia da engenharia, você ainda teria muito pelo que temer aqui. Lembra bastante o terror de ambientação que ocorre em Alien, o Oitavo passageiro(1979) e até no mais recente Dead Space(2008), em que o local é tão ameaçador quanto as criaturas. Ao longo da jogatina eu passei bons perrengues tentando não me afogar em locais estreitos sem qualquer iluminação, e essa sensação de claustrofobia é um dos grandes elementos desta experiência.
Som e visual que completam o medo
Obviamente não é apenas a ambientação que mete medo. As criaturas do jogo terminam de colocar a saúde mental de Caz(e do jogador) em frangalhos. O visual dos inimigos é muito bem feito, e extremamente inspirado em obras como O enigma de outro mundo(1982) e até obras de Lovecraft, como A cor que caiu do céu(1927). Eu poderia citar como essas obras tem influência no design do inimigos, mas seria estragar a experiência do jogador. Só basta dizer que elas estão extremamente assustadoras e o som que elas produzem completa o pacote com chave de ouro. Eles são quase um som de agonia, mas lembra também um pouco um som produzido por baleias e me deixou teorizando se poderia ter alguma relação, já que as criaturas surgem do mar(pelo menos é onde elas são encontradas a priori).
Jogabilidade operante, que necessitava de mais desafios
Apesar da parte técnica impecável, o mesmo não posso dizer da jogabilidade. O jogo tenta trazer interações com o cenário ao abrir portas, concertar fusíveis, apertar alavancas, mas nada é profundo o suficiente para realmente engajar o jogador. As partes que envolvem pulos, se esgueirar por ambientes apertados é bem mais interessante. Fugir dos monstros é legal, mas é fácil demais, o que acaba criando um sentimento oposto ao medo. Eu morri pouquíssimas vezes simplesmente porque não havia desafios para despistar as criaturas. O jogo se faria bem de alguns puzzles mais elaborados.
Bom ritmo e bom protagonista
Uma coisa legal que o jogo faz é dosar bem os momentos de tensão com momentos um pouco mais tranquilos, apenas de travessia de cenário, deixando o jogador respirar um pouco e também ver as interações do protagonista com os outros personagens. Aliás, o trabalho de voz é muito bom, mas tirando o protagonista, que é um tremendo boca suja engraçadinho e bastante carismático, eu tive dificuldades de me conectar com os outros personagens, o que afetou consideravelmente os momentos que deveriam ser mais dramáticos.
Conclusão
Still Wakes the Deep é uma experiência muito assustadora e bem ritmada, com bons momentos de tensão, e momentos de jogabilidade não tão inspirados. Seu protagonista carrega a história nas costas e entrega uma aventura divertida, com doses de terror cósmico que certamente irão agradar muito mais fãs do gênero do que fãs de jogos Survival Horror em geral. O jogo dura cerca de 4 a 5 horas e é tempo suficiente para fazer o que se propõe: assustar muito!
Nota: 8.0 de 10 vezes que eu fiquei com medo de morrer afogado.
O jogo está disponível para PS5, Xbox Series e PCs. O jogo está disponível no catálogo do Gamepass, por onde jogamos.
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