Desbravando Nioh: Uma review

 Nioh foi lançado em 2017, para PS4 e PCs, e desenvolvido pela Team Ninja, a mesma da trilogia moderna de Ninja Gaiden. A desenvolvedora abraça muitos elementos do gênero “Soulslike”, mas diferente de muitos jogos, traz consigo muitas ideias suficientes para se afastar de suas inspirações e brilhar por si só.


Uma história com muito potencial, mas fragmentada


Nioh traz elementos fantásticos e muitos personagens históricos para sua trama, mas a sua narrativa acaba sendo muito quebrada pela escolha de gameplay de missões. Em muitas missões, pouco da história é explorada ou se assemelha a um capítulo de seriados de TV como Arquivo X ou Supernatural, onde você tem um monstro da semana(apesar de alguns deles terem envolvimento com personagens secundários).

Existem diversos elementos interessantes, como os próprios yokais e espíritos guardiões que ficam em segundo plano e tem seu contexto muito mais explorado através da “biblioteca do jogo”. E deixo um elogio a essa tal “biblioteca”, chamada de Memórias de Amrita, pois me lembrou demais os jogos antigos dos anos 2000, onde muita informação ficava em um glossário ou menus do jogo. Uma faísca nostálgica. Infelizmente, a história principal possui um grande potencial, mas ela se arrasta sem dar grande ênfase em seus personagens, que conseguem ressoar carisma nos pequenos momentos que cativam.


O jogo não é top de linha nos gráficos, mas não faz feio. O maior problema são os cenários. Poucos são bonitos e a direção de arte focou em tons mais escuros para a aventura.


O combate é a alma da guerra...


E é também a alma de Nioh, que brilha como as batidas de metal das armas dos samurais. Para aqueles que gostam de combates a distância, existem lanças, kusagiramas, arcos e armas de fogo. Para um combate mais brutal, os grandes e pesados machados e martelos, e para o samurai clássico, katanas. O combate de Nioh esbanja complexidade, com três posições(alta, média e baixa) para cada arma, e para cada uma dessas posições existe uma série de habilidades que favorecem cada estilo de jogador, adquiridas através de uma árvore de skills. Há também os espíritos guardiões, que se dividem por elementos: fogo, água, terra, vento e relâmpago. Cada um com uma vantagem que auxilia o jogador de forma diferente e todos tem uma barra de especial, que ao se encher, protege o personagem de danos, quebra de postura e aumenta dano elemental. 




Existe uma infinidade de mecânicas em Nioh, que sendo sincero, servirão muito mais para aqueles dedicados de alma e corpo ao jogo, pois o jogo também tem um conteúdo mais abrangente fora de sua história principal. No entanto, toda a complexidade das mecânicas de combate se perde muito por conta dos inimigos, que a qualquer jogador, se tornarão apenas esponja de dano depois de serem derrotados diversas vezes e não trocaram seus movimentos ou forma de combate. A variedade de design dos inimigos também não ajuda, pois são muito parecidos. Já os chefes, cumprem seu papel como desafios interessantes e instigantes, principalmente os chefes humanos, seguindo a regra dos “soulslike” de que quanto menor o chefe, mais difícil ele é.



Nioh é uma lâmina pesada, mas empunhar é muito divertido


Nioh tem problemas, mas seu sistema complexo de combate, armas e armaduras traz um grande frescor ao gênero "Soulslike", se utilizando de diversos elementos do folclore japonês para sustentar mais sua aventura. Matar cada yokai, humano, esqueleto é satisfatório em cada batalha. Para aqueles dispostos a entender todos os seus sistemas e quebrar o jogo, é possível se sentir como um deus samurai ou ninja(até mesmo mago: sinta-se invencível colocando um talismã de preguiça em um chefe). Divertido, algumas vezes nostálgico e imperfeito, a lâmina de Nioh ainda precisa ser afiada, mas ela ainda corta e faz um grande estrago.


Nota: 8,5 de 10 vezes que eu morri com dois golpes.


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