Desbravando a Beta de Elden Ring Nightreign

Elden Ring Nightreign é a nova aposta da From Software para jogos cooperativos online, com muitos elementos de roguelike.  Sabemos que a From Software é uma empresa de quase 100% de acerto, que sabe criar excelentes universos com uma jogabilidade super divertida, mas será que o que faz a desenvolvedora ser tão boa combina bem com esta nova fórmula?

Nem toda mistura de boas comidas cria uma comida melhor

Elden Ring Nightreign é um pouco de souls, uns pedaços de Monster Hunter e uma pitada de Fortnite, o que o torna um amálgama estranho, que mais parece o monstro de Frankenstein do que uma bela quimera de suas partes.

O jogo lança você e seus companheiros, de 4 classes selecionáveis, em um mapa explorável que, com o tempo, é afligido por uma espécie de tempestade/chamas que tiram a vida do seu personagem, forçando-o a ir mais fundo até o local do chefe. A exploração é pautada nos clássicos RPGs: enfrente um número de inimigos e depois um mini chefe, que vai dropar armas e perks para você e seus amigos. O objetivo é evoluir e conseguir equipamentos fortes para facilitar a vitória contra o chefe do dia. Os dias são como fases, a cada chefe do dia derrotado, a aflição do mapa é dispersada e você pode explorar mais até o 3° dia, no qual você enfrentará o chefe final do mapa, que é selecionado na Mesa Redonda, o hub querido do nosso conhecido Elden Ring.

Um loop estranho

Ao ser jogado de novo e de novo no mesmo mapa (com 2 variações e poucas mudanças), um incômodo começa, e ele vai aos poucos se tornando um verdadeiro problema. Diferente dos outros jogos da família From Software, Nightreign parece falhar em entender que a morte não é o fim em Souls, mas um ciclo, onde seu personagem se torna mais forte, aprende novas magias, encontra e evolui armas, constrói novas estratégias, busca auxílio nos espíritos de outros guerreiros etc. Ao completar suas runs ou morrer no caminho, você não recebe nenhuma recompensa realmente interessante, apenas algumas pedras que você pode equipar na mesa redonda que dão buffs para sua classe de interesse.

A experiência aos poucos se torna cansativa e maçante, um loop nada agradável que não parece aprender com sua própria família e roguelikes, gênero que é pautado na repetição, mas que apimenta tudo com aleatoriedade e recompensas.

O charme e o épico

Nightreign se sustenta apenas pelo que já era bom de Elden Ring: as lutas, a dificuldade e o senso de companheirismo. Se jogar com estranhos foi divertido, imagine jogar com seus amigos: vocês se desesperam tentando reviver um de seus companheiros caídos com espadadas (sim, você reanima seus companheiros batendo neles, e como eu amei essa mecânica!), um chefe do amado de Dark Souls pula em cima de vocês freneticamente e por aí vai.

É com essa paixão pelo desafio e com a direção de arte de Elden Ring que Nightreign precisa se sustentar e construir algo sólido. Mapas diferenciados e boas recompensas para os jogadores devem ser implementados para que os jogadores sejam fisgados pela gameplay, já que o jogo parece querer, sim, manter o jogador por várias horas a fio, mas sem qualquer substância para isso. 

As primeiras horas de Nightreign vão ser divertidas, mas aos poucos, a falta de novidades, como novas criaturas, armas e poderes originais, pode demonstrar que o jogo talvez não tenha muitos motivos para não ser apenas uma dlc do Goty de 2022, apenas querendo surfar na força do mesmo.

As conexões nas Terras Intermédias

Nightreign pode ter muito potencial se for construído com o mesmo apreço que Elden Ring, mas isso também seria em vão, se a conexão do jogo não fosse bem estruturada. Mesmo podendo ser jogada solo, a aventura parece fluir e ser mais palatável com outros jogadores.

A primeira sessão da beta não se concluiu de forma satisfatória, já que vários jogadores ao redor do mundo não conseguiram se conectar, e eu também não, conseguindo apenas jogar alguns minutos na Mesa Redonda. 

As outras sessões em que tive oportunidade de jogar foram agradáveis, tirando uma ou duas desconexões minhas ou de um companheiro. O maior problema que tive, acontecendo ao menos duas vezes, foi um inimigo ou chefe invisível e intocável para mim, que eu percebia ao ver meus companheiros “lutando com o vento”, mas nenhuma de minhas tentativas de atacar o inimigo resultou em algum aparente dano (nem mesmo sua barra de vida aparecia). No mais, a conexão pareceu boa, fluindo bem e sem muita lentidão ou queda de frames.

Conclusão

Como um grande fã da From Software, eu espero o melhor de Elden Ring Nightreign, e eu ainda acho que, apesar dos meus inúmeros problemas com o jogo, ele pode passar por ajustes que o tornem verdadeiramente melhor. No passado distante, Demon’s Souls, o primeiro jogo da empresa, pode ter sido visto com maus olhos por alguns e, em suma, talvez Nightreign acabe sendo como Demon’s Souls, uma mistura de várias boas mecânicas que vieram a ser a tão especial saga de jogos da From Software, e que crie uma nova linha de jogos cooperativos da desenvolvedora, mas, por hora, ainda não me convenceu.

Elden Ring Nightreign está previsto para ser lançado no dia 30 de maio de 2025, para PC, PS4, PS5, XBOX ONE e XBOX Series.

Observação: Testamos a versão de PS5 e, infelizmente, o sistema não permitiu que fizéssemos prints, por isto usamos fotos do site oficial do jogo nesta review da beta.

Escrito pelo Andarilho Gabriel.