Desbravando Ghostwire: Tokyo. Uma Review
Ghostwire: Tokyo é um jogo de ação e aventura em mundo aberto, com elementos de terror. Usando o folclore japonês para contar uma história de luto e perda. Lançado em 2022, o jogo foi infelizmente esquecido, tanto por questões empresariais quanto pela própria estrutura do jogo. Mas o “infelizmente” que utilizei indica que o Ghostwire: Tokyo tem seus pontos positivos e carisma suficiente para ser lembrado.
Um fantasma de história
O termo certo para descrever a história de Ghostwire é “fantasmagórico”. É sentir o espírito passando por você, talvez você sinta um arrepio e calafrios, medo por sentir algo que não está ali, mas uma hora ou outra, o sentimento passa. Mais uma vez, como em outros casos, a história não é ruim, e sim em sua narrativa e como isso é passado em jogabilidade durante o jogo.
Guiados pelos dois protagonistas, que, por sinal, fazem uma bela dupla, somos levados por uma Tokyo infestada de fantasmas e outras criaturas do folclore japonês. Akito e o fantasma que o possui, KK, conseguem carregar a história, pois seus diálogos são humanos e carismáticos, cada um interpretando de uma forma a vida. No entanto, para os outros personagens, principalmente os vilões, falta profundidade ou qualquer carisma.
E quando disse que a história afeta a gameplay, é neste momento que enfrentar chefes interessantes se perde, pois não temos nenhum tipo de rivalidade ou algo palpável para entender aquelas lutas como algo épico ou importante. O roteiro também tropeça um pouco na reta final, parecendo não saber para onde ir e colocando diversas missões para apenas liberar áreas no mapa para prosseguir a história.
Felizmente, para as missões secundárias, pequenos casos sobre luto, perda, amizade, horror, trabalho são bem interessantes, dando um estofo para o jogo. A mensagem de Ghostwire: Tokyo é bonita, mas pode passar sem força ao final de tudo.
O verdadeiro terror
Se a história de Ghostwire é um fantasma apenas passando pelo corpo, a sua gameplay é ver o fantasma na sua frente. Não lembro de ter visto uma gameplay tão gostosa, criativa e satisfatória em tempos. Munido pelos poderes de KK, Akito atira golpes elementais, como vento e fogo. Cada um com sua força e necessidade de batalha, com o intuito de enfraquecer o inimigo, que vai deixar à mostra seu núcleo, que é destruído pelas cordas espirituais de Akito, que faz movimentos extremamente bem animados para enrolar e puxar a corda.
Além disso, pode-se fazer o uso de flechas e talismãs que oferecem proteção, paralisam adversários etc. Tudo isso se torna um show belíssimo de cores e de belas animações do jogo, que possui gráficos belíssimos. O combate praticamente sustenta Ghostwire, já que ao evoluir ainda mais, novas habilidades são desbloqueadas para os poderes elementais. Seja cercado por um bando de inimigos e utilize a “metralhadora de vento” e sinta-se poderoso e satisfeito ao destruir tudo em um instante. O combate por si só é incrível, mas infelizmente, para um jogo de mundo aberto, falta uma maior variabilidade nas missões secundárias para explorar novas formas de gameplay, que acabam se resumindo apenas na boa e velha porradaria. Mas se você adorou o combate, como eu, talvez isso não o incomode tanto.
Não devemos esquecer os mortos
Assim como aqueles que já se foram, Ghostwire: Tokyo não devia ser esquecido, principalmente depois que seu estúdio foi fechado. O jogo tem sim seus problemas, mas tem criatividade e paixão suficiente para manter o jogador com as mãos no controle. Passear em Tóquio e derrotar fantasmas na chuva, com certeza, é um dos momentos mais marcantes que meu 2025 terá em jogos, já que o jogo sabe passar uma aura de mistério, terror e aventura tudo ao mesmo tempo. Uma experiência que valeu a pena.
Monstro da análise: Kuchisake
Inspirado em uma lenda urbana real do Japão, sobre uma bela moça de boca cortada. Este inimigo investe contra o protagonista portando uma tesoura gigante. Forte, assustadora e rápida, os desenvolvedores trouxeram uma versão muito mais perigosa da lenda urbana.
Nota: 8,0 de 10,0 vezes que explodir fantasmas com poder de fogo foi delicioso.
Escrito pelo Andarilho Gabriel.
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