Desbravando The Witcher: Uma Review

 Na minha jornada para explorar ao máximo o tema “caçador de monstros”, a saga do bruxo Geralt de Rivia com certeza deve ser uma das melhores representações da temática. E por que não voltar ao início de tudo? The Witcher 3 é o mais famoso da trilogia, mas em The Witcher podemos explorar como a CD Projekt Red começou a história do bruxo caçador de monstros. O início da saga foi lançado em 2007.


Uma estrutura monstruosa


Como de praxe, gosto de começar a falar da história do jogo; e aqui temos a repetição do mesmo problema que muitos têm: a história é boa, mas como é contada que está o problema. 


Para ajudar os jogadores e não-leitores dos livros, o protagonista Geralt é afligido por uma amnésia e, junto com o jogador, é apresentado um mundo vasto cheio de monstros, magia e guerras. Ao voltar para Kaer Morhen, a fortaleza dos bruxos é invadida e tem diversas de suas poções roubadas, e então nosso bruxo favorito parte em busca de descobrir os motivos e deter a facção que organizou tudo isso. Tudo que cerca a história é realmente intrigante, misterioso e delicioso de testemunhar, desde os personagens humanos até as criaturas mais bizarras. 



Infelizmente, The Witcher parece alongar-se em diversos momentos, mandando Geralt em diversas outras direções, fazendo missões não tão cativantes e caçando monstros que convencionalmente aparecem em missões secundárias do jogo. Por muitas vezes, esqueci completamente a trama inicial e o objetivo final da jornada, ainda mais com minha vontade de completar o máximo do bestiário do jogo, terminando várias missões secundárias, esfarelando ainda mais a história principal. Me repetindo, o mundo de The Witcher é rico, e não apenas o que foi escrito no livro e passado para o videogame é interessante, mas também tudo que foi adicionado pela CD Projekt Red. No entanto, as diversas “barriguinhas” do jogo tiram o foco da trama principal e podem cansar os jogadores.


Um clique, e outro, e mais outro?


Para mim, existem apenas duas coisas que quebram completamente o “pacing” (ritmo) do jogo e farão muitos desistirem de apreciar o bom lado do jogo. 


A primeira e menos importante, que pode parecer boba, é a falta de um comando que faça Geralt andar mais rápido ou correr. Mesmo não sendo um mundo aberto gigantesco, existem diversas seções e locais grandes por onde o nosso Lobo Branco deve explorar, voltar e rodopiar por aí. A falta dessa mecânica exige que o jogador empunhe sua espada, pois nesse momento Geralt corre e se movimenta mais rápido, porém, nem sempre empunhar a espada está disponível, como em manhãs nas cidades e vilas. 



Aliado ao segundo problema, isso se torna ainda mais incômodo, já que Geralt ativa os comandos de ataques apenas com um clique no mouse, e apesar de suas piruetas e golpes serem os mais belos da saga, sendo um grande atrativo para manter o jogador em tela, a tarefa se torna fatigante, como um jogo de clicar no momento certo, pois assim o bruxo mantém o combo ativo.


Mas chega de falar de coisa ruim, eu acabei de elogiar “a dança” do protagonista, e quanto mais você evolui o personagem, mais complexos e interessantes ficam seus ataques, que podem ser alternados entre médio (para inimigos de estatura normal), alto (para brutamontes) e rápido (para muitos inimigos ao mesmo tempo). Junto com as diferentes magias do bruxo e suas espadas, uma para humanos e outra para monstros, fizeram o combate suficientemente complexo e instigante para que eu continuasse a jornada, apesar do “clique clique”. Sem falar das mais diversas poções do jogo, que feitas ao descansar/meditar nas fogueiras, fazem da experiência “caçar monstros” verdadeiramente satisfatória.


Não é vinho e sangue


Seria uma mentira dizer que The Witcher envelheceu como vinho. Muitos dos seus problemas deixam o jogo cansado e ultrapassado, podendo ser uma barreira compressível para ele ser apreciado. Mas para aqueles que a vencerem, uma experiência única pode ser vivida, pois sim, ele tem seus momentos brilhantes, épicos e aventurescos mesmo com mecânicas truncadas. E para aqueles que não ousarem desafiar essa empreitada, um remake foi anunciado, e espero eu que um jogo bem polido será feito para limpar o quadro e mostrar a verdadeira beleza de The Witcher.



Monstro da análise: Dagon, um humanoide peixe inspirado nas histórias de Lovecraft, que é venerado em The Witcher. Extremamente ameaçador e perigoso, sua batalha só não é tão incrível pelo design da mesma: uma grande horda de lacaios que cercam Geralt enquanto Dagon o ataca com poderosos golpes.


Nota: 7,0 de 10,0 vezes que eu empunhava a espada para correr.


Escrito pelo andarilho Gabriel.


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